26.8.08

Stones e Paz

Sabe quando a mente falha e você está na hora H? Pois é.
Trabalho da faculdade. Pauta de última hora: cobrir o festival internacional de teatro - Cena Contemporânea. Câmeras, gravador, microfone e eu de páraquedas. Abertura com o grupo israelense Orto-Da Theatre Group e peça Stones. No meio da praça do Museu da República.


Stones - Yinon Tzafrir


Acaba a peça e estamos muito perto dos atores. Os dois colegas dizem "cara, tudo o que falo é the book is on..." Eu penso cá com meus botões "até que falo mais, mas será que dá pra encarar?". Num surto de coragem digo "mermão, vou tentar! Dá cá o microfone."

E olha, agradecerei eternamente Hezi Cohen. Porque graças a paciência e inteligência dele, todas as minhas palavras perdidas, sem estrutura frasal, gramatical, lógica ou coisa do tipo, foram superadas e ele deu uma das entrevistas mais emocionantes que já recebi. Foram só três ou quatro perguntas, mas as melhores quatro respostas que já vi.

E viver isso me deixou pensando como o mundo é algo surpreendente e interessante, um cara lá de Tel-Aviv, que não faz a menor idéia de qualquer coisa em português e uma menina lá do Tocantins podem se entender e conversar sobre as mesmas coisas: guerra, paz, tolerância, esperança e amor. Tudo motivado pela arte desse grupo teatral e pela peça que é sem dúvidas impressionante.


Se você puder, assista ao festival, que deve percorrer todo o Brasil.
p.s.: é uma droga, depois que virei as costas estava falando tudo de novo, só com concordância, sintaxe... pelo menos, consegui entender numa boa tudo o que ele falou.

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