22.8.06

Voz

Estava escuro.
Dormira mais uma vez até início da noitinha.
Levantou-se, foi até a cozinha. O copo d´água costumeiro.
Estava quente. Sempre quente. Sempre seco. Sempre e sempre.
Acendeu a lâmpada.
Viu, tudo ainda estava igual. Exatamente como deixara, desde a semana passada.
Era segunda.
Dirigiu-se ao banheiro enquanto ria de qualquer coisa sem importância.
Voltou para o quarto. Olhou a janela.
Nem quis ligar o som. Interessante como naqueles últimos dias, todas as suas estranhezas sonoras cediam lugar ao silêncio.
E estava atentamente, naquele momento, perscrutando justamente isso.
Sem cadência, sem harmonia, sem ritmo.], sem nada.
E quanto mais ouvia, mais queria.
Voltou, trocou de roupa e desceu.
Já com outros pensamentos, outras audições.
E na rua, enquanto caminhava náufrago de seus próprios pensamentos, quase não reparou o aceno conhecido.
Riu com os olhos.
Mas nenhum som saiu.

15.8.06

Devaneios

Dos aspectos revolucionários, hoje quase não tenho tempo.
Vez ou outra uma reflexão.
Quase sempre um silenciar em aprender o que desconheço, ou o que, simplesmente, só sei em parte.
E sei pouca coisa em parte.
Nesses últimos quatro anos, parece-me que vivi quatro décadas. E minha memória ficou gasta feito roupa velha.
Daquilo que ouvi há um ano, tortas palavras me restam.
O suficiente pra entender o que entendi na época, mas não para explicar.
Mea culpa?
Não. Reflexões mesmo.

Antes era um olhar-apaixonar-se e tão em breve, tudo traçado por uma vida (ou cá pra nós, pelos próximos quinze ou vinte anos), mas, os anos têm ido e vindo (cada vez mais vindo do que indo!), e os planos? Esses traiçoeiros! Tão mutáveis quanto o pó. O pó que um dia eu sugeri debaixo do tapete.

Pequenas cláusulas me fazem lembrar disso.
E as pequenas utopias ganharam vita brevis e feliz.
Feliz pela época sem paixões.
E mesmo assim, ter um coração que bate, e tantas vezes chafurda.

É...

6.8.06

Memórias de um sábado

Saudades de quando 44 era um número distante e improvável.

Feliz por estar perto pra pedir perdão, mesmo que seja beeeem disfarçado.

Boas amizades ganham um dia, e uma madruga também!

5.8.06

Deixa.

Isso aqui tá assim, mas deixa eu encontrar os meus super heróis.

4.8.06

Ficamos repetitivos

"No livro, Orwell expõe uma teoria da Guerra. Segundo ele, o objetivo da guerra não é vencer o inimigo nem lutar por uma causa. O objetivo da guerra é manter o poder das classes altas, limitando o acesso à educação, à cultura e aos bens materiais das classes baixas. A guerra serve para destruir os bens materiais produzidos pelos pobres e para impedir que eles acumulem cultura e riqueza e se tornem uma ameaça aos poderosos."
1984 - George Orwell
E o livro foi publicado em 1948.


E não é que eu quase acreditei no Orwell. :O

1.8.06

Desafio

Faz tempo que parei com isso.
Escrever.
Perdi os fios das meadas, e algumas meadas inteiras.
Não sei se por deixar de praticar, ou se perda de gosto.
Deixei e fingi que nem existia.
Hoje me auto-desafiei.
Quanto tempo será que esse aqui dura?