22.8.06

Voz

Estava escuro.
Dormira mais uma vez até início da noitinha.
Levantou-se, foi até a cozinha. O copo d´água costumeiro.
Estava quente. Sempre quente. Sempre seco. Sempre e sempre.
Acendeu a lâmpada.
Viu, tudo ainda estava igual. Exatamente como deixara, desde a semana passada.
Era segunda.
Dirigiu-se ao banheiro enquanto ria de qualquer coisa sem importância.
Voltou para o quarto. Olhou a janela.
Nem quis ligar o som. Interessante como naqueles últimos dias, todas as suas estranhezas sonoras cediam lugar ao silêncio.
E estava atentamente, naquele momento, perscrutando justamente isso.
Sem cadência, sem harmonia, sem ritmo.], sem nada.
E quanto mais ouvia, mais queria.
Voltou, trocou de roupa e desceu.
Já com outros pensamentos, outras audições.
E na rua, enquanto caminhava náufrago de seus próprios pensamentos, quase não reparou o aceno conhecido.
Riu com os olhos.
Mas nenhum som saiu.

Um comentário:

Sam disse...

Monólogo?????
Rsrs
ÉEEEEhhhhh!!