
Lembro do dia que o Chambinho me ligou para perguntar se eu não poderia quebrar um galho para os amigos dele, que tocariam num festival no fim daquela semana. Era terça-feira, o festival seria no sábado e as músicas umas quatro próprias.
Do convite descompromissado para o evento que nem rolou, a banda toda acabou indo ensaiar na sala de casa, e ganhou segunda guitarra. De lá pra cá, passaram-se quatro anos. A banda compôs cinco vezes mais do que o que tinha na época do festival, também a sonoridade ficou mais incrementada. O Geléia, primeiro baterista fixo mudou de cidade, a Didia lá de outra cidade entrou.
Nesse tempo, a banda acabou uma vez, voltou outras tantas, morou junta, fez grandes apresentações, outras não tão brilhantes assim. Gravou dois eps, saiu em coletânea, dinamizou divulgação de blog, flog, vídeos, contatos, até o segundo ep vem com faixa multimídia! Coisa rara de se ver pra banda que ainda produz seu próprio material...
É só um relato simples, mas estou fazendo isso pra organizar bem essas memórias numa caixinha grunge lá no coração.
A Boddah foi a primeira banda de fato pra mim. Foi aquela em que comprei meu primeiro contrabaixo, e o segundo também (porque o primeiro deu rolo, crediu!), foi lá também que por último ousei comprar uns pedais, que não cheguei a usar, mas que continuam sendo novos-briquedinhos-prontos-pra-brincar. Foi lá que compus todas as minhas linhas de baixo, e presenciei a composição de lindas, lindas músicas! Inclusive uma dessas tive a honra de ganhar de presente.
Também foi lá que podia sair de anônima na muvuca dos rocks da vida, e subir ao palco e bater cabeça, errar, pular, gritar com toda emoção que a prática permite, como os meus ídolos de adolescência faziam.
Bons momentos. Memoráveis! Mesmo tocando pra umas vinte ou trinta pessoas como foi nesta minha despedida, entre eles uns poucos amigos, foi especial sair como entrei, emocionada, e festejar com os três boddahs o fim de uma fase marcante e o começo de outra para todos nós.
Aos boddahs desejo um longo caminho de vitórias e conquistas. Mais talento não é necessário, mas se tiver como, desejo mais e mais. Ao Roberto, coração da banda, Sâmia, cabeça, e Dídia, braços, pernas e pedais, todo o sucesso! Que o jardim boddah possa florescer sempre. Eu que agora sigo de vez o meu caminho, uso essa carta pra relembrá-los de que qualquer coisa não precisa berrar duas vezes. Estarei próxima.
Se tem uma coisa que nada pode mudar é o fato de conhecermos nossas histórias(E isso só um longo tempo de convivência próxima pode dar).É o que de mais importante vou levar. Desde já aceitando convite pra uma sinuca, e convidando-os pra um almoço na casa nova!
Abraços da Fefê que em qualquer lugar ainda vai lembrar carinhosamente da família boddah. Deus os abençoe sempre!
Obrigada por tudo,
Amo vocês!
Fernanda ex-baixista Boddah Diciro
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