29.10.08

Resistindo

Depois de escolher a pousada, não a do tenente como quis Lourenço, o taxista. Mas um antigo prostíbulo, hoje pousada de família, mil-quinhentos-e-setenta-e-nove-mil apartamentos. Quartinho quente como o inferno, mas era só um inferno júnior de manhãzinha. Saída para andar na cidade, Av. Maranhão, a central. Lojas luxuosamente vestidas de artigos coloridos e nada discretos. Pochetes, muitas pochetes e muitas sorveterias, uma ao lado da outra mas também pudera.

A cada orelhão mil tentativas de falar com a Funai. Dificuldade é uma palavra que não descreveria bem essa situação. Mensagens na caixa postal: Somos formandas de jornalismo, estamos fazendo uma reportagem sobre os avá-canoeiros... Na septuagésima ligação da hora, eis que alguém atende do outro lado. Mas apenas para dizer que retornássemos vinte minutos depois. Obviamente, um blefe. Porque se passaram 24 horas e teríamos calos nos dedos senão fosse um enviado divino que caiu de paráquedas na nossa agenda. Dessa vez tivemos de dar uma de esperta e contar um imbróglio, mas foi por boas causas.

Assessor figurinha, mil histórias, mil pensamentos enquanto fala. Muito disposto, muito curioso, envolvido com trocentas coisas. Arrumou-nos uma entrevista com um casal de pioneiros, tomou as dores do contato com a Funai, arrumou livros, nos levou pra cima e pra baixo e ninguém faria melhor. Com certeza, haverá um parágrafo de agradecimentos para ele em nosso memorial.

E para terminar o dia, mais uma viagem com os mototáxis. Três reais pra lá, três reais pra cá e fomos até a Praia do Sol. Lugar bonito, imensidão do lago, barcos pescando, moças que para cada mergulho era um flash. Pena que muito distante. Andamos, cansamos e voltamos para casa. Um calor da porra noite adentro. Antes um morte lenta familiar e mil banhos para conseguir dormir no quarto-forno. Até o chuveiro desligado tem uma água que me escalpelaria se eu permanecesse alguns minutos mais com a cabeça embaixo. Pelo menos não tinha muriçocas, só os 37 graus sem ventilação. Fim do primeiro dia, Minaçu!

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