31.12.08

Confidências



Escolhera passar a virada de ano em família, como sempre fazia há 25 anos.
Seis pessoas mais uma cachorrinha de 16 anos, chamada Mila. Seria essa a platéia, se acaso, a mãe e a avó não tivessem escolhido ir dormir após a novela. A tia e a prima, as personagens, mais animadas de todos os reveillons posteriores não vieram. A casa delas tinha sido assaltada há poucos dias e elas andavam inseguras.
O tio sempre ausente escolhera não fazer diferente e deitou-se mais cedo também, e a cadela, bem, ela já tinha 16 anos, e nessa avançada idade, e por medo dos fogos, também dormia, ou se escondia.

Ficara ela e o irmão, parceiro de sempre.

O namorado, noivo ou marido estava com os amigos no reveillon mais badalado do país. Ela sabia que ele provavelmente estaria sentindo saudades. Mas olhando para as imagens na tv, dos fogos que saltitavam trazendo 2009, ela pensou que mesmo com saudades, ele não se faria de rogado e ainda curtiria muito noite adentro. Quem sabe amanhã, uma ligação de feliz ano novo tentaria amenizar a distância.

Ela pensou sobre a vida. Pensou que era deprimente ser sempre assim.
No msn somente ela, ou o irmão, e os dois se revezariam noite adentro.
Ouvindo Frejat, "Amor para recomeçar" ela pedia aos céus apenas sono, e que tirasse do peito todo esse vazio solitário, que sempre mostrava a cara.

"Quando você ficar triste que seja por um dia e não o ano inteiro!"

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